"Os meus discos no chao,
Os copos vazios...
Vestigios da noite, as palavras perdidas
O calor e o frio
O meu corpo no chao
O livro que eu li
O silencio e a pele, as palavras sentidas
Os vestigios de ti
(Chorus)
E o mundo e a rua, despidos no vento
À espera de sentir o mar
E uma vaga de espuma, e sentidos guardados
No fundo do olhar
As revistas no chao
Os copos vazios
Vestigios do tempo, as palavras trocadas
O calor e o frio
Cada gesto que abraca
E o filme que eu vi
O que fica marcado e nunca se afasta
Os vestigios de ti
E o mundo e a rua, despidos no vento
À espera de sentir o mar
E uma vaga de espuma, e sentidos guardados
No fundo do olhar
No fundo do olhar...(x2)"
E ás vezes é necessário limpar vestígios, todos e quaisquer alguns. De forma a ultrapassar, ou melhor, tentar ultrapassar... :( Por vezes é mesmo preciso.
Uma salada de poetas, de músicos, de emoções, de tristezas e desabafos. É o meu mundo!
welcome
partilhem!
terça-feira, 31 de março de 2009
Foste-te Embora Mais Uma Vez
Foste-te embora mais uma vez,
Saíste sem para trás olhar
Esfaqueaste o meu coração outra vez,
E não sei se consigo perdoar.
Foram vãs as minhas esperanças,
Foram tolas as minhas ilusões.
Foram as nossas últimas danças
Últimas músicas para os nossos corações.
Destruíste os meus sonhos,
Abandonaste-os num mar revolto.
Nem vi bem os teus olhos,
O teu olhar em brumas estava envolto.
Que raiva se acumula em mim
A minha alma sente-se morta.
Como me pudeste deixar assim?
O coração enche-se de revolta!
Quero gritar a tristeza
Quero as mágoas chorar
Quero acabar com a tua grandeza
Quero do alto te atirar.
Enjoa-me o teu egoísmo,
Irrita-me a tua insensibilidade.
Que raiva me dá o teu egocentrismo,
Que náuseas me dá, a tua suposta felicidade.
Mas no fundo, na realidade,
Desejo-te alguém como tu.
Que te traga falsa felicidade
E te deixe ficar “nu”.
Uma nudeza de sentimentos,
Como em mim provocaste.
Com falsos entendimentos,
Com o meu amor jogaste.
Não te consigo odiar,
O amor é demasiado grande.
E só neste rimar
Te consigo detestar!
Saíste sem para trás olhar
Esfaqueaste o meu coração outra vez,
E não sei se consigo perdoar.
Foram vãs as minhas esperanças,
Foram tolas as minhas ilusões.
Foram as nossas últimas danças
Últimas músicas para os nossos corações.
Destruíste os meus sonhos,
Abandonaste-os num mar revolto.
Nem vi bem os teus olhos,
O teu olhar em brumas estava envolto.
Que raiva se acumula em mim
A minha alma sente-se morta.
Como me pudeste deixar assim?
O coração enche-se de revolta!
Quero gritar a tristeza
Quero as mágoas chorar
Quero acabar com a tua grandeza
Quero do alto te atirar.
Enjoa-me o teu egoísmo,
Irrita-me a tua insensibilidade.
Que raiva me dá o teu egocentrismo,
Que náuseas me dá, a tua suposta felicidade.
Mas no fundo, na realidade,
Desejo-te alguém como tu.
Que te traga falsa felicidade
E te deixe ficar “nu”.
Uma nudeza de sentimentos,
Como em mim provocaste.
Com falsos entendimentos,
Com o meu amor jogaste.
Não te consigo odiar,
O amor é demasiado grande.
E só neste rimar
Te consigo detestar!
(29/01/2004)
Espera...
Espera...
Não vás ainda...
Espera mais um pouco.
Tudo foi tão rápido,
Mas não foi só um momento louco.
Espera...
Não vás ainda...
Dá-me mais uma oportunidade,
Vamos seguir juntos,
O caminho da felicidade.
Espera...
Não vás ainda...
Eu estou aqui,
E aqui vou ficar,
À espera de ti.
Espera...
Não vás ainda...
Eu estou a sofrer,
Só me apetece chorar
E o coração só sabe doer.
Espera...
Não vás ainda...
Não consigo imaginar,
A vida sem ti.
O sol iria parar de brilhar.
Espera...
Não vás ainda...
Deixa-me desejar-te felicidade,
Porque encontraste alguém,
E acho que és amado de verdade.
Espera...
Não vás ainda...
Deixa-me controlar os meus olhos,
Enquanto te digo "Adeus",
Para estes não jorrarem lágrimas aos molhos.
Espera...
Não vás ainda...
Não quero ver as tuas costas,
Enquanto partes,
E cerras todas as portas.
Espera...
Não vás ainda...
Mas já partiste!
Eu fiquei a acenar com a mão,
Mas tu nem viste...
Não vás ainda...
Espera mais um pouco.
Tudo foi tão rápido,
Mas não foi só um momento louco.
Espera...
Não vás ainda...
Dá-me mais uma oportunidade,
Vamos seguir juntos,
O caminho da felicidade.
Espera...
Não vás ainda...
Eu estou aqui,
E aqui vou ficar,
À espera de ti.
Espera...
Não vás ainda...
Eu estou a sofrer,
Só me apetece chorar
E o coração só sabe doer.
Espera...
Não vás ainda...
Não consigo imaginar,
A vida sem ti.
O sol iria parar de brilhar.
Espera...
Não vás ainda...
Deixa-me desejar-te felicidade,
Porque encontraste alguém,
E acho que és amado de verdade.
Espera...
Não vás ainda...
Deixa-me controlar os meus olhos,
Enquanto te digo "Adeus",
Para estes não jorrarem lágrimas aos molhos.
Espera...
Não vás ainda...
Não quero ver as tuas costas,
Enquanto partes,
E cerras todas as portas.
Espera...
Não vás ainda...
Mas já partiste!
Eu fiquei a acenar com a mão,
Mas tu nem viste...
Pensamento da Madrugada
"Por vezes não devemos ter expectativas demasiado altas, normalmente acabamos desiludidos!"
segunda-feira, 30 de março de 2009
Suicídio
Chegou a hora...
Respiro fundo...
Absorvo o último golo de ar...
O último sopro de vida...
O último pôr-do-sol...
O Tejo está a brilhar...
E a 25 de Abril parece a ponte de San Francisco...
Coragem... E finalmente...
O salto para o vazio...
Abro os braços, tal como Jesus
Pregado na cruz...
Entrego o meu corpo
Ao infinito do rio.
Tenho tempo de ver a minha vida...
De forma sequencial...
Longas e curtas metragens...
Rezo para não chegar a nenhuma das margens...
Rezo para que a água leve o meu corpo,
E para ele se perder na imensidão...
Espero que ninguém o encontre...
Nada seria mais degradante!
O embate...
O choque... E o frio...
E finalmente....
O silêncio e a solidão...
Aqui, sinto-me feliz!
Respiro fundo...
Absorvo o último golo de ar...
O último sopro de vida...
O último pôr-do-sol...
O Tejo está a brilhar...
E a 25 de Abril parece a ponte de San Francisco...
Coragem... E finalmente...
O salto para o vazio...
Abro os braços, tal como Jesus
Pregado na cruz...
Entrego o meu corpo
Ao infinito do rio.
Tenho tempo de ver a minha vida...
De forma sequencial...
Longas e curtas metragens...
Rezo para não chegar a nenhuma das margens...
Rezo para que a água leve o meu corpo,
E para ele se perder na imensidão...
Espero que ninguém o encontre...
Nada seria mais degradante!
O embate...
O choque... E o frio...
E finalmente....
O silêncio e a solidão...
Aqui, sinto-me feliz!
domingo, 29 de março de 2009
Pensamento da Madrugada (Atrasado)
"Quando combinares um jantar para consolar uma amiga, não bebas demais. Tu é que acabas por ser consolada!"
Algumas dores de cabeça... Nenhuma vontade de comer, apenas uma imensa necessidade de H2O!!
sábado, 28 de março de 2009
Anjo doce...
Anjo doce...
Se és menino ou homem, não sei...
Sei que te abracei,
Para secar qualquer lágrima que fosse.
Contigo descobri novos mundos,
Contornos e formas de ver,
Diferentes!
Aprendi que bastava querer!
Talvez os meus medos,
Ultrapassassem a vontade...
Nunca vou esquecer aquele dia, anjo doce...
Em que disseste que eu podia,
Que devia ter, tudo o que queria!
Nunca vou esquecer, anjo doce,
Quando à luz do luar,
Conheci todos os traços da galáxia,
Todos os brilhos das estrelas,
Todas as ondas do mar.
Nunca vou esquecer, anjo doce,
Como me senti desejada,
Por aquilo que sou
E não por aquilo que poderia ser.
Porque digo-te, anjo doce,
Prefiro ser aquela que amou,
Do que morrer...
Sem sequer saber o que é amar!
O luar, anjo doce...
Fez-me apaixonar ainda mais pela noite!
Não compreendo este fascínio...
É tão forte, tão magnífico...
Tão maior que eu...
Que por vezes me sinto em declínio!
Gostava que o luar fosse meu!
E sim, anjo doce...
Que o luar me ajudasse a prender,
Um qualquer sonho meu,
Uma qualquer memória que morreu,
Uma qualquer...
Sinto falta, anjo doce...
Mas tiveste que partir,
E eu, anjo doce...
Eu tive que dizer "adeus" e sorrir...
Sorrir, e continuar a sorrir...
Fica o esforço, do luar...
De não me fazer esquecer,
E de não me deixar chorar!
Anjo doce...
Que o luar te acompanhe...
E que nunca te esqueças de mim...
Que as estrelas, com formatos estranhos,
Que vivem nos teus olhos,
Brilhem até ao fim!
Se és menino ou homem, não sei...
Sei que te abracei,
Para secar qualquer lágrima que fosse.
Contigo descobri novos mundos,
Contornos e formas de ver,
Diferentes!
Aprendi que bastava querer!
Talvez os meus medos,
Ultrapassassem a vontade...
Nunca vou esquecer aquele dia, anjo doce...
Em que disseste que eu podia,
Que devia ter, tudo o que queria!
Nunca vou esquecer, anjo doce,
Quando à luz do luar,
Conheci todos os traços da galáxia,
Todos os brilhos das estrelas,
Todas as ondas do mar.
Nunca vou esquecer, anjo doce,
Como me senti desejada,
Por aquilo que sou
E não por aquilo que poderia ser.
Porque digo-te, anjo doce,
Prefiro ser aquela que amou,
Do que morrer...
Sem sequer saber o que é amar!
O luar, anjo doce...
Fez-me apaixonar ainda mais pela noite!
Não compreendo este fascínio...
É tão forte, tão magnífico...
Tão maior que eu...
Que por vezes me sinto em declínio!
Gostava que o luar fosse meu!
E sim, anjo doce...
Que o luar me ajudasse a prender,
Um qualquer sonho meu,
Uma qualquer memória que morreu,
Uma qualquer...
Sinto falta, anjo doce...
Mas tiveste que partir,
E eu, anjo doce...
Eu tive que dizer "adeus" e sorrir...
Sorrir, e continuar a sorrir...
Fica o esforço, do luar...
De não me fazer esquecer,
E de não me deixar chorar!
Anjo doce...
Que o luar te acompanhe...
E que nunca te esqueças de mim...
Que as estrelas, com formatos estranhos,
Que vivem nos teus olhos,
Brilhem até ao fim!
sexta-feira, 27 de março de 2009
Pensamento da Madrugada (Atrasado)
"Não deixes a tua cabeça mexer com o teu estomago; o resultado normalmente é sempre muito mau e doloroso!"
Eu que o diga....
Eu que o diga....
"A Maior Tortura"
Na vida, para mim, não há deleite.
Ando a chorar convulsa noite e dia...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!
E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia!...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a Mágoa no seu leite!
Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado!
Mas a minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para gritar num verso a minha Dor!...
Ando a chorar convulsa noite e dia...
E não tenho uma sombra fugidia
Onde poise a cabeça, onde me deite!
E nem flor de lilás tenho que enfeite
A minha atroz, imensa nostalgia!...
A minha pobre Mãe tão branca e fria
Deu-me a beber a Mágoa no seu leite!
Poeta, eu sou um cardo desprezado,
A urze que se pisa sob os pés.
Sou, como tu, um riso desgraçado!
Mas a minha tortura inda é maior:
Não ser poeta assim como tu és
Para gritar num verso a minha Dor!...
quinta-feira, 26 de março de 2009
Caminho...
Diz-me que não é o fim do caminho...
Diz-me que não é o fim da estrada...
Diz-me que não vou ficar para sempre sozinho!
Não sei o dia em que te perdi...
Não sei a palavra que te atirei!
Apenas sei, que nada sei.
Não sei o que vou ser sem ti...
Não sei ser só eu...
Nem sei o que é nosso ou só meu!
Confundo as palavras e as acções,
Confundo tudo!
Até mesmo as emoções...
A estrada parece comprida...
Tenho de seguir mesmo até ao final?
É mais fácil se fizer uma corrida?
Contra o tempo?!
Contra mim?!
Talvez seja um contratempo...
Sinto-me cansado...
Esgotado.
Não há mais espera.
Não dá, não aguento...
É tudo muito intenso!
Prefiro o caminho...
É duro, solitário...
É meu!
A minha cruz, o meu rosário...
Posso demorar uma vida...
Posso demorar uma eternidade...
Vai ser para mim, uma obrigatoriedade!
terça-feira, 24 de março de 2009
Pessoa..
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o escreve
Na dor lida sentem bem
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
Porque sinto que é tão verdade? Porque sinto que ele tem tanta razão? Será que ele sabia mais sobre os sentimentos do que todos nós juntos? Nós que nos permitimos sentir, e ele que só se queria permitir á Razão... Não compreendo!
Pensamento da Madrugada
"Guarda os bons momentos no coração, no Futuro podem fazer-te falta para animar o teu Presente."
A frase é minha! Então, que tal?
A vida não pára, por isso é que só nos resta o que guardamos na memória ou no coração.
Morte...
Sinto a vida a escapar-se-me por entre os dedos,
O último sopro já foi á horas.
Que vaga de frio...
Porque me sinto a tremer assim?
É a morte que me procura?
Que quer ela de mim?
Acho que a vou deixar levar-me...
A sua voz é tão doce,
Como os seus dedos são gelados.
Porque me aperta ela a garganta?
Sinto-me a definhar...
Estou assustada...
Eu luto e luto contra isto...
Preciso de acordar,
Necessito de respirar...
Mas nada acontece...
Porquê?
Vou desistir...
Já não riu, já não me divirto...
Falta-me a vontade para tudo...
Vou sucumbir...
Ao desejo de sumir...
Vou contigo...
Morte, companheira, amiga...
Cuida de mim...
Porque eu sei que é melhor assim!
O último sopro já foi á horas.
Que vaga de frio...
Porque me sinto a tremer assim?
É a morte que me procura?
Que quer ela de mim?
Acho que a vou deixar levar-me...
A sua voz é tão doce,
Como os seus dedos são gelados.
Porque me aperta ela a garganta?
Sinto-me a definhar...
Estou assustada...
Eu luto e luto contra isto...
Preciso de acordar,
Necessito de respirar...
Mas nada acontece...
Porquê?
Vou desistir...
Já não riu, já não me divirto...
Falta-me a vontade para tudo...
Vou sucumbir...
Ao desejo de sumir...
Vou contigo...
Morte, companheira, amiga...
Cuida de mim...
Porque eu sei que é melhor assim!
segunda-feira, 23 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Preciso...
Porque preciso de tempo para pensar;
Porque preciso de encontrar um rumo;
Porque preciso de andar para a frente;
Porque preciso de me sentir bem;
Porque preciso de renascer;
Porque preciso de voltar a sorrir;
Porque preciso de um motivo para acordar de manhã;
Porque preciso de alguém que me compreenda;
Porque preciso de deixar de sentir o que sinto;
Porque preciso de carinho;
Porque preciso de amizade;
Porque preciso de mimos;
Porque preciso de me sentir viva;
Porque preciso de...
O que importa o que preciso?
Apenas sei que confusão, é o que não preciso!
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas árvores que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Que fusa através de tudo
No perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela é cor é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral
Pináculo de catedral
Contraponto, sinfonia
Máscara grega, magia
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da Boa-Esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança
(António Gedeão)
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas árvores que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Que fusa através de tudo
No perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela é cor é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral
Pináculo de catedral
Contraponto, sinfonia
Máscara grega, magia
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da Boa-Esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança
(António Gedeão)
sábado, 21 de março de 2009
Solidão
É um sentimento,
Ou talvez uma sensação.
Sei apenas que é um tormento,
Que bate á porta do coração.
Podemos estar rodeados de pessoas,
Que é como se fossemos um só.
Por mais que falem connosco,
É apenas porque metemos dó.
Se não fôr isso que sentem,
Afastam-se, sem darmos por isso.
Para não nos magoar, mentem,
Só para não pensarmos nisso.
Só para não pensarmos nisso.
É saber que já fomos o centro do mundo,
Para alguém que nos quis bem.
E que agora estamos num poço bem fundo,
Que nos deixou esse mesmo alguém.
É sentir que nada se sente,
E que o chorar é companheiro.
É deixar que algo nos tente,
E não saber dizer: Não!
É ter de enfrentar, sozinho,
O negrume que se apodera de nós.
É não deixar o silêncio ser nosso vizinho,
E tentar desatar os nós.
Os nós da solidão que pesa,
Bem fundo no nosso peito.
Parece que somos uma presa,
Na morte do seu leito!
quinta-feira, 19 de março de 2009
Pensamento da Madrugada
"Quem não arrisca, não petisca!"
Será verdade?!
Alguém acredita verdadeiramente nisto?!
Será verdade?!
Alguém acredita verdadeiramente nisto?!
Insónia
A que me acompanha nas longas noites,
Sejam elas frias ou de calor.
Companheira de pensamentos e sonhos,
Companheira de dor.
A que me deixa pensar e repensar,
Na vida passada, no presente vivido.
Aquela que me deixa sonhar,
E desejar o que ficou perdido.
Parceira de filmes e de imagens,
Parceira de conversas.
Parceira de livros e de viagens
E de muitas promessas.
Contigo vivo todos os dias;
Tu dás-me sempre certezas,
De todas as minhas alegrias
E das minhas tristezas.
Não suporto estar contigo,
E ao mesmo tempo estar sem ti.
A única coisa que consigo,
É sonhar que adormeci.
Sejam elas frias ou de calor.
Companheira de pensamentos e sonhos,
Companheira de dor.
A que me deixa pensar e repensar,
Na vida passada, no presente vivido.
Aquela que me deixa sonhar,
E desejar o que ficou perdido.
Parceira de filmes e de imagens,
Parceira de conversas.
Parceira de livros e de viagens
E de muitas promessas.
Contigo vivo todos os dias;
Tu dás-me sempre certezas,
De todas as minhas alegrias
E das minhas tristezas.
Não suporto estar contigo,
E ao mesmo tempo estar sem ti.
A única coisa que consigo,
É sonhar que adormeci.
terça-feira, 17 de março de 2009
Casa de Sonho
E eu sonhei....
Com uma linda casinha, toda ela de pedra e amarelinha, as janelas e as portas todas elas verdinhas. O caminho, que levava à casinha, é todo feito de pedrinhas, que são pequenos seixos cheios de cores, e a circundar o caminho, flores de todas as cores e todos os cheiros que a imaginação permite à existência.
Em redor da casinha, um enorme jardim, com alguns pinheiros e muitos canteiros; entre rosas, cravos, gerberas, gardénias, amores-perfeitos, girassoís... Milhares de borboletas coloridas a esvoaçar e a abrilhantar o lindo jardim daquela casinha.
Nas traseiras da casinha, existia um enorme laguinho, cheio de peixes cor-de-laranjas. No meio do laguinho está uma fonte, sempre a jorrar água fresca, como se de uma nascente se tratasse.
E tudo isto eu vi, num dia de céu azul, sem uma única nuvem no céu, nem uma simples brisa inundava o ar; apenas o sol brilhava com todo o seu esplendor e espalhava a sua luz e todo o seu calor.
Todas as paredes da casinha eram de um amarelo clarinho, enquanto o seu tecto era de uma cor nívea, o seu chão de madeira clarinha toda envernizada, que nem apetecia pisar, com medo de estragar.
À entrada da casinha, um enorme hall com um móvel de madeira escura, que em cima tinha imensas fotografias da família, um enorme espelho e um bengaleiro, um pote para pôr os chapéus-de-chuva e um enorme tapete que convidava a limpar os pés. De seguida uma porta toda ela de madeira brilhante com uma maçaneta dourada.
Por de trás da porta, temos a sala de estar, com a sua enorme lareira. No centro da sala o sofá de um amarelo torrado bonito, a fazer contraste com as paredes; todos os móveis da divisão eram de uma madeira escura, muito bonita. Com quadros de paisagens, fotografias da família, estantes cheias de livros, puffs espalhados e almofadões de cores brilhantes, mantas em cima dos sofás, revistas espalhadas em cima da mesa; era a divisão mais aconchegante da casa. Sim... Existia uma televisão, mas ninguém lhe dava muita importância.
Com uma linda casinha, toda ela de pedra e amarelinha, as janelas e as portas todas elas verdinhas. O caminho, que levava à casinha, é todo feito de pedrinhas, que são pequenos seixos cheios de cores, e a circundar o caminho, flores de todas as cores e todos os cheiros que a imaginação permite à existência.
Em redor da casinha, um enorme jardim, com alguns pinheiros e muitos canteiros; entre rosas, cravos, gerberas, gardénias, amores-perfeitos, girassoís... Milhares de borboletas coloridas a esvoaçar e a abrilhantar o lindo jardim daquela casinha.
Nas traseiras da casinha, existia um enorme laguinho, cheio de peixes cor-de-laranjas. No meio do laguinho está uma fonte, sempre a jorrar água fresca, como se de uma nascente se tratasse.
E tudo isto eu vi, num dia de céu azul, sem uma única nuvem no céu, nem uma simples brisa inundava o ar; apenas o sol brilhava com todo o seu esplendor e espalhava a sua luz e todo o seu calor.
Todas as paredes da casinha eram de um amarelo clarinho, enquanto o seu tecto era de uma cor nívea, o seu chão de madeira clarinha toda envernizada, que nem apetecia pisar, com medo de estragar.
À entrada da casinha, um enorme hall com um móvel de madeira escura, que em cima tinha imensas fotografias da família, um enorme espelho e um bengaleiro, um pote para pôr os chapéus-de-chuva e um enorme tapete que convidava a limpar os pés. De seguida uma porta toda ela de madeira brilhante com uma maçaneta dourada.
Por de trás da porta, temos a sala de estar, com a sua enorme lareira. No centro da sala o sofá de um amarelo torrado bonito, a fazer contraste com as paredes; todos os móveis da divisão eram de uma madeira escura, muito bonita. Com quadros de paisagens, fotografias da família, estantes cheias de livros, puffs espalhados e almofadões de cores brilhantes, mantas em cima dos sofás, revistas espalhadas em cima da mesa; era a divisão mais aconchegante da casa. Sim... Existia uma televisão, mas ninguém lhe dava muita importância.
Desta sala era possível passar para a sala de jantar, para o escritório e para os quartos que eram quatro, mas deles não vou falar. A sua decoração era muito pessoal, era como cada pessoa da família, muito especial.
A sala de jantar, com a sua mesa enorme e imponente, mesmo ao centro, para todos os membros da família e para os amigos; com o armário de madeira escura aonde estavam os pratos, copos e talheres, as toalhas e os guardanapos de linho, as loiças da mãe, da avó e da sogra; o aparador de madeira escura trabalhada, mesmo de baixo da janela, enorme e que deixava entrar toda a luz imponente do sol. Na parede, mais quadros de paisagens e uma réplica da "Última Ceia". O que só mostrava a Fé desta família. E por último, o escritório.
O local sagrado da casa, com a secretária de madeira negra no centro atufalhada de papéis, e as poltronas de pele escura, as prateleiras cheias de livros, que rodeavam a divisão. A enorme varanda, por trás da secretária, era a única fonte de calor para aquela divisão.
A grande particularidade desta casa, era estar numa falésia, como a da fotografia acima. As janelas tinham vista para o mar, logo... Quando chegava o final da tarde, a família toda juntava-se para ver o Sol mergulhar no mar. E não havia vista mais bela do que esta, porque a paz que transmitia era única.
E assim se tornou, a bela casinha, numa Casa de Sonho.
A sala de jantar, com a sua mesa enorme e imponente, mesmo ao centro, para todos os membros da família e para os amigos; com o armário de madeira escura aonde estavam os pratos, copos e talheres, as toalhas e os guardanapos de linho, as loiças da mãe, da avó e da sogra; o aparador de madeira escura trabalhada, mesmo de baixo da janela, enorme e que deixava entrar toda a luz imponente do sol. Na parede, mais quadros de paisagens e uma réplica da "Última Ceia". O que só mostrava a Fé desta família. E por último, o escritório.
O local sagrado da casa, com a secretária de madeira negra no centro atufalhada de papéis, e as poltronas de pele escura, as prateleiras cheias de livros, que rodeavam a divisão. A enorme varanda, por trás da secretária, era a única fonte de calor para aquela divisão.
A grande particularidade desta casa, era estar numa falésia, como a da fotografia acima. As janelas tinham vista para o mar, logo... Quando chegava o final da tarde, a família toda juntava-se para ver o Sol mergulhar no mar. E não havia vista mais bela do que esta, porque a paz que transmitia era única.
E assim se tornou, a bela casinha, numa Casa de Sonho.
Talvez um dia venha a ser real... Quem sabe...!
segunda-feira, 16 de março de 2009
"Duas Conchas"
Comentei o texto de um amigo, com este texto. Não é meu, mas na altura em que o li pela primeira vez... Teve um significado tão importante e tão bonito e ao mesmo tempo tão real que o quis colocar aqui... Apesar de os motivos já não serem os mesmos, o texto continua a ser muito bom.
"Não havia vento, não havia ondas, nem uma brisa se sentia naquele recanto de mundo a que alguém um dia chamou de praia.
Era cedo, muito cedo, a manhã estava com um céu azul tão brilhante que o mar sentia-se envergonhado por naquele dia não ter semelhante cor, mas ao mesmo tempo sentia-se protegido... Mas não aquela concha que nessa manhã deu à praia (vamos chamar-lhe de A).
Mas não estava só... Lá ao longe outra concha (a que vamos chamar de G) vislumbrava aquele acontecimento... A chegada de mais uma concha àquela praia.
Todos os anos este invulgar evento ocorria, este ano pertencia a A e a G. Elas (as conchas) eram lançadas no alto mar por alguém (a que vamos chamar de destino) e as duas primeiras conchas a alcançar aquele aglomerado de torrões de terra, viviam para sempre felizes.
Mas desta vez e infelizmente as coisas não acabavam com um final feliz... Não desta vez. Para G era a primeira vez que acontecia esta aventura... Para A... Também. Contudo não seria a primeira vez que aquelas conchas se encontravam... Aquele olhar trocado entre ambas dizia tudo... De certeza que em outra realidade já teriam partilhado confidências.
Este dia foi marcado por alegrias mil entre as duas conchas. Foi um dia de sussurros, de brincadeiras, de alegria partilhada, de maneiras iguais de ver o mundo e até várias cusquices sobre ele e sobre a vida, (a curta vida delas). G transbordava de alegria, tanta... Tanta que poderia o mundo acabar ali aos seus pés que ele viveria para sempre feliz para onde quer que fosse. O dia passou num ápice (rápido demais mesmo...) e G reparou que A estava quase desfalecida, o longo caminho percorrido até alcançar aquela praia era a razão. G na sua simplicidade/cortesia, segurou em A e delicadamente deitou-a num leito de algas verdes (construídas por si)... Umas lindas algas verdes que davam cor de esperança aquele lugar. Passaram-se vários dias e A não melhorava. O dia de G era preenchido a tentar animar aquela outra concha. Ele contava histórias, desenhava na areia lindas figuras só para a animar, procurava os melhores raios de sol para aquecê-la e quando ficavam fortes demais... Procurava a melhor sombra.
G sentia-se contente por estar a ajudar, sentia-se útil, preenchido, alegre como uma criança traquinas, mesmo não tendo de A... Qualquer gesto de ternura. Mas G não desistia, considerava que lhe estava destinado aquela sua maneira de ser útil. Que engano, que engano ele estaria a cometer, mas também... Não havia naquela imensidão de praia quem lhe ouvisse e ele não sabia falar nem com o mar nem com o vento, habitou-se a viver daquela forma.
Certa manhã A acordou muito melhor, G não viu... Foi a brisa que lhe disse porque ainda continuava a dormir. A noite passada à procura de pauzinhos de madeira secos para fazer uma pequena fogueira e aquecer A, havia-lhe tomado as forças.
A levantou-se e olhou para G, mas nem lhe tocou... Não sabendo bem porquê, retirou-se devagarinho sem barulho, nem mesmo amparou aquele manto de algas por cima de G para lhe aconchegar o sono... Como ele lhe fazia todas as manhãs. Sem destino caminhou sempre em frente e conseguiu sair daquele lugar, sem nunca olhar para trás... Como poderia ser? Como? Então não existiu nem um pingo de sentimento? O brilho do Sol a tocar ligeiramente o mar fez desvanecer aquela figura aos poucos até ao ocaso total.
Já o Sol estava alto quando G acordou e olhando para todos os lados procurou por A muito preocupado... Tinha receio que o frio e o vento da noite passada lhe tivessem levado, estando ela tão fraca. Mas com o decorrer do dia, das semanas, dos meses, reflectiu interiormente que nunca mais veria a sua alma gémea. Todo esse tempo fez com que aprende-se a falar com mar e mesmo com o vento que lhe apresentou à estrelas, mas também elas não sabiam o porquê de A ter partido. Por vezes tem a noção de a ouvir ao longe a dizer: “estou aqui, estou aqui”...
Mas de seguida tal momento desvanece-se com mais um pôr-do-sol. É apenas um engano momentâneo. G passou a ser mais uma daquelas conchas a que nos habituámos a pisar quando percorremos a praia, foi apenas mais uma e... Ele que queria ser diferente... Conta-se que... Ao luar ainda a procura ao longo daquela praia escrevendo frases banais na areia como: “Onde andas?”, “Não te escondas”...
À procura de uma saída daquele sítio porque sozinho não consegue, não consegue mesmo, porque... Falta-lhe um A.
de Rui Maloveci"
E não é que o A falta mesmo? Partiu quando teve de partir e não mais regressou...
"Não havia vento, não havia ondas, nem uma brisa se sentia naquele recanto de mundo a que alguém um dia chamou de praia.
Era cedo, muito cedo, a manhã estava com um céu azul tão brilhante que o mar sentia-se envergonhado por naquele dia não ter semelhante cor, mas ao mesmo tempo sentia-se protegido... Mas não aquela concha que nessa manhã deu à praia (vamos chamar-lhe de A).
Mas não estava só... Lá ao longe outra concha (a que vamos chamar de G) vislumbrava aquele acontecimento... A chegada de mais uma concha àquela praia.
Todos os anos este invulgar evento ocorria, este ano pertencia a A e a G. Elas (as conchas) eram lançadas no alto mar por alguém (a que vamos chamar de destino) e as duas primeiras conchas a alcançar aquele aglomerado de torrões de terra, viviam para sempre felizes.
Mas desta vez e infelizmente as coisas não acabavam com um final feliz... Não desta vez. Para G era a primeira vez que acontecia esta aventura... Para A... Também. Contudo não seria a primeira vez que aquelas conchas se encontravam... Aquele olhar trocado entre ambas dizia tudo... De certeza que em outra realidade já teriam partilhado confidências.
Este dia foi marcado por alegrias mil entre as duas conchas. Foi um dia de sussurros, de brincadeiras, de alegria partilhada, de maneiras iguais de ver o mundo e até várias cusquices sobre ele e sobre a vida, (a curta vida delas). G transbordava de alegria, tanta... Tanta que poderia o mundo acabar ali aos seus pés que ele viveria para sempre feliz para onde quer que fosse. O dia passou num ápice (rápido demais mesmo...) e G reparou que A estava quase desfalecida, o longo caminho percorrido até alcançar aquela praia era a razão. G na sua simplicidade/cortesia, segurou em A e delicadamente deitou-a num leito de algas verdes (construídas por si)... Umas lindas algas verdes que davam cor de esperança aquele lugar. Passaram-se vários dias e A não melhorava. O dia de G era preenchido a tentar animar aquela outra concha. Ele contava histórias, desenhava na areia lindas figuras só para a animar, procurava os melhores raios de sol para aquecê-la e quando ficavam fortes demais... Procurava a melhor sombra.
G sentia-se contente por estar a ajudar, sentia-se útil, preenchido, alegre como uma criança traquinas, mesmo não tendo de A... Qualquer gesto de ternura. Mas G não desistia, considerava que lhe estava destinado aquela sua maneira de ser útil. Que engano, que engano ele estaria a cometer, mas também... Não havia naquela imensidão de praia quem lhe ouvisse e ele não sabia falar nem com o mar nem com o vento, habitou-se a viver daquela forma.
Certa manhã A acordou muito melhor, G não viu... Foi a brisa que lhe disse porque ainda continuava a dormir. A noite passada à procura de pauzinhos de madeira secos para fazer uma pequena fogueira e aquecer A, havia-lhe tomado as forças.
A levantou-se e olhou para G, mas nem lhe tocou... Não sabendo bem porquê, retirou-se devagarinho sem barulho, nem mesmo amparou aquele manto de algas por cima de G para lhe aconchegar o sono... Como ele lhe fazia todas as manhãs. Sem destino caminhou sempre em frente e conseguiu sair daquele lugar, sem nunca olhar para trás... Como poderia ser? Como? Então não existiu nem um pingo de sentimento? O brilho do Sol a tocar ligeiramente o mar fez desvanecer aquela figura aos poucos até ao ocaso total.
Já o Sol estava alto quando G acordou e olhando para todos os lados procurou por A muito preocupado... Tinha receio que o frio e o vento da noite passada lhe tivessem levado, estando ela tão fraca. Mas com o decorrer do dia, das semanas, dos meses, reflectiu interiormente que nunca mais veria a sua alma gémea. Todo esse tempo fez com que aprende-se a falar com mar e mesmo com o vento que lhe apresentou à estrelas, mas também elas não sabiam o porquê de A ter partido. Por vezes tem a noção de a ouvir ao longe a dizer: “estou aqui, estou aqui”...
Mas de seguida tal momento desvanece-se com mais um pôr-do-sol. É apenas um engano momentâneo. G passou a ser mais uma daquelas conchas a que nos habituámos a pisar quando percorremos a praia, foi apenas mais uma e... Ele que queria ser diferente... Conta-se que... Ao luar ainda a procura ao longo daquela praia escrevendo frases banais na areia como: “Onde andas?”, “Não te escondas”...
À procura de uma saída daquele sítio porque sozinho não consegue, não consegue mesmo, porque... Falta-lhe um A.
de Rui Maloveci"
E não é que o A falta mesmo? Partiu quando teve de partir e não mais regressou...
Pensamento da Madrugada
"What happens in Vegas, stays in Vegas"
Se há uns anos não concordava com esta frase... Hoje em dia, acho-a deliciosamente verdadeira e real.
Se há uns anos não concordava com esta frase... Hoje em dia, acho-a deliciosamente verdadeira e real.
domingo, 15 de março de 2009
O coração...
Assim se inicia a história de um coração dividido, entre quem já tinha e quem o começou a querer:
"Passaram-se anos de conversas, de partilhas e de boleias de carro; até que uma noite ao som de uma música de fundo, que de tão insignificante, não ficou na memória, se inicia uma troca de gostos gastronómicos: "A massa com o queijo..."
Trocam-se olhares, e inconscientes toques na mão... Fica um clima no ar, e alguém que salienta: "Quem passar por aqui, o que irá pensar?"
Dá-se a primeira troca de mensagens, entre um "bom apetite", e um "janta por mim", até a um "beijo doce" e um "és linda, doce!".
Inicia-se um belo... Romance?! Será esta a palavra?! Platónico ou real, não se sabe. Apenas consta que algo aconteceu...
Entre jantares de amigos e saídas à noite, passeios pela marginal e jantares a dois, escapadelas para fumar cigarros, conversas que se estendiam pela madrugada a dentro e trocas intermináveis de mensagens... Algo foi surgindo, e confundindo, um dos corações.
Algo que parecia tão simples e tão impossível, de repente se torna real e desejável, mas o coração já estava ocupado, e coitado, teve de escolher...
Apesar da paz que lhe foi dada a conhecer, de toda a beleza e empatia que encontrou, o coração opta por quem já lá morava.
No entanto... O coração começa a definhar, ao perceber que quem o queria já não sente o mesmo fascínio, e que o tempo de espera terminou.
O coração sente-se triste e sozinho, apesar da sua escolha, porque algo no seu interior ficou.
Uma ponta de saudade, um misto de desejo e ternura, um amor inexplicável, um laço de doçura?! Nem ele sabe, nem quem o queria; o que apenas se sabe é que o coração escolheu o que pensava, ou não, que queria. E assim terminou, uma história bem curta.
O coração ficou com quem escolheu, e quem o queria, um outro coração escolheu."
sábado, 14 de março de 2009
"E Depois Do Adeus"
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu viste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.
Paulo de Carvalho
terça-feira, 10 de março de 2009
Odeio....
Odeio a maneira como me olhas e como me fazes sentir,
Odeio saber-te feliz e não conseguir rir
Queria deixar de te amar, mas não consigo.
Odeio sentir-te meu, e saber que não estás comigo.
Porque é que fazes isto?
Eu quero o teu perdão e tu não mo dás,
Odeio o meu orgulho, que não me faz voltar atrás.
Volta p’ra mim, e eu juro que não te vais arrepender
Só queria falar contigo e ter algo para dizer.
(31-05-02)
Odeio saber-te feliz e não conseguir rir
Queria deixar de te amar, mas não consigo.
Odeio sentir-te meu, e saber que não estás comigo.
Porque é que fazes isto?
Eu quero o teu perdão e tu não mo dás,
Odeio o meu orgulho, que não me faz voltar atrás.
Volta p’ra mim, e eu juro que não te vais arrepender
Só queria falar contigo e ter algo para dizer.
(31-05-02)
Lua...
Como estava majestosa, hoje, no seu trono de um azul escuro polvilhado de estrelas, apenas iluminado pela sua luz radiante.
Do Tejo, emergia uma estrada de luz, que encaminhava os viajantes para o trono.
Nunca se viu nada de tão celestial e etéreo.
Uma senhora tão imponente e no entanto tão doce, magnífica no seu manto de raios de sol.
Senti-me em extâse, rendi-me aos seus pés.
Como é que aconteceu? Não faço ideia, apenas sei que me apaixonei por algo impossível.
Apaixonei-me por algo tão belo e tão inatingível, que a distância forçada me faz sangrar o coração profundamente.
Quem me dera poder voar até ela, e envolvê-la com os meus braços.
Que delícia sentir o envolver da sua luz, da sua magnificência.
Será que alguma vez estarei tão perto dela, como na realidade me sinto?
Vou aguardar no meu canto, esperar o tempo necessário... E talvez, enquanto a vida passa por mim, um dia... Sim, um dia, finalmente irei encontrá-la e senti-la perto de mim.
E finalmente irei conseguir apreciá-la como ela merece.
O Sol.
sexta-feira, 6 de março de 2009
O brilho da lua...
O brilho da Lua,
Faz-me crer em ti!
Faz-me ver que sou tua,
E que por amor me perdi!
A luz do Sol aquece-me,
E o desejo cresce!
O teu brilho entontece-me
E tudo á volta se esquece!
No meio dos murmúrios do mar,
No meio da espuma das ondas,
Ouço-te sem nunca te tocar!
Olhar-te, sem te ver!
Querer-te, sem nunca te poder ter!
A loucura não me deixa esquecer!
Faz-me crer em ti!
Faz-me ver que sou tua,
E que por amor me perdi!
A luz do Sol aquece-me,
E o desejo cresce!
O teu brilho entontece-me
E tudo á volta se esquece!
No meio dos murmúrios do mar,
No meio da espuma das ondas,
Ouço-te sem nunca te tocar!
Olhar-te, sem te ver!
Querer-te, sem nunca te poder ter!
A loucura não me deixa esquecer!
(05-08-04)
quinta-feira, 5 de março de 2009
É estranho sentir-me tão próxima de ti...
É estranho sentir-me tão próxima de ti,
Não é por te conhecer
Mas porque nunca estou ao pé de ti!
Sempre disseste tudo o que sentias,
Sempre falaste comigo,
E sempre me contaste tudo o que fazias,
E eu sempre falei contigo!
Aprendi contigo, o que não aprendi com ninguém
Compreendi o quanto sofreste
Ao longo da tua vida, sem ninguém...
Com toda a gente... conviveste!
Doce, sempre foste comigo
E eu sei que estarás aqui
Quando eu precisar de um abrigo!
A tua verdade, inunda-me de certezas,
A saudade
Afasta todas as tristezas,
Porque sei que te vou voltar a ver!
Sei que nem sempre estamos juntas,
Houve coisas que nos afastaram,
Mas a nossa amizade?
Essa... Nunca a separaram!
Continua assim, verdadeira
Como só tu sabes ser,
Dessa verdade prisioneira
E assim não irás sofrer!
Espero que não te esqueças de mim,
Porque eu sei,
Que jamais de ti, me esquecer, irei!
Não é por te conhecer
Mas porque nunca estou ao pé de ti!
Sempre disseste tudo o que sentias,
Sempre falaste comigo,
E sempre me contaste tudo o que fazias,
E eu sempre falei contigo!
Aprendi contigo, o que não aprendi com ninguém
Compreendi o quanto sofreste
Ao longo da tua vida, sem ninguém...
Com toda a gente... conviveste!
Doce, sempre foste comigo
E eu sei que estarás aqui
Quando eu precisar de um abrigo!
A tua verdade, inunda-me de certezas,
A saudade
Afasta todas as tristezas,
Porque sei que te vou voltar a ver!
Sei que nem sempre estamos juntas,
Houve coisas que nos afastaram,
Mas a nossa amizade?
Essa... Nunca a separaram!
Continua assim, verdadeira
Como só tu sabes ser,
Dessa verdade prisioneira
E assim não irás sofrer!
Espero que não te esqueças de mim,
Porque eu sei,
Que jamais de ti, me esquecer, irei!
"Linha d'Água"
(31-03-04)
Silêncio
É incrível como o Silêncio me deixa profundamente incomodada. Não compreendo o porquê de me sentir assim, especialmente porque fui eu que assim o quis.
Se fui eu que assim o quis, porque não sei lidar com ele?!
Estarei assim tão mal habituada? Terei eu medo do Silêncio ou do que ele esconde?
Na realidade... Acho que sinto falta da Voz...
Não sei o porquê, não o consigo definir. Apenas o sei.
Gosto da Voz... Faz-me sentir bem, acompanhada. O Silêncio aterroriza-me, faz-me pensar no pior e sentir o pior. Ao contrário da Voz, que me acalma, que me deixa em paz, que me deixa descansada. A Voz faz-me sentir bem, mesmo quando só escreve.
E hoje... Senti-lhe a falta. Costuma ser a companheira das noite longas...
Hoje... Silêncio!
Se fui eu que assim o quis, porque não sei lidar com ele?!
Estarei assim tão mal habituada? Terei eu medo do Silêncio ou do que ele esconde?
Na realidade... Acho que sinto falta da Voz...
Não sei o porquê, não o consigo definir. Apenas o sei.
Gosto da Voz... Faz-me sentir bem, acompanhada. O Silêncio aterroriza-me, faz-me pensar no pior e sentir o pior. Ao contrário da Voz, que me acalma, que me deixa em paz, que me deixa descansada. A Voz faz-me sentir bem, mesmo quando só escreve.
E hoje... Senti-lhe a falta. Costuma ser a companheira das noite longas...
Hoje... Silêncio!
quarta-feira, 4 de março de 2009
Dizer Adeus....!
"Adeus", além de ser aquela palavra de que ninguém gosta é também uma decisão e uma consequência dolorosa.
Quem passa por isto, nunca mais é o mesmo. É algo que quebra, que esmaga o que sobrou de bom; por vezes apaga lembranças que queremos relembrar, desesperadamente.
Por isso é que tantas pessoas preferem a fórmula: "Até já"!
Custa menos, dá uma noção de maior proximidade; mas na realidade é apenas uma fórmula.
Tudo custa... Dizer "Adeus" custa só mais um bocadinho...
Já disse "Adeus" tantas vezes, que a palavra já se tornou minha amiga; as lágrimas já não caem, porque secaram; mas por dentro, o sentimento é sempre o mesmo: solidão, dor, tristeza, abandono, escuridão...
Aprendi a conviver com a palavra, mas não a viver com ela...
Acho que ninguém aprende!
Irónico, não é?! Como é que existem pessoas que pensam que dizer "Adeus" é a coisa mais fácil do mundo?!
Quem passa por isto, nunca mais é o mesmo. É algo que quebra, que esmaga o que sobrou de bom; por vezes apaga lembranças que queremos relembrar, desesperadamente.
Por isso é que tantas pessoas preferem a fórmula: "Até já"!
Custa menos, dá uma noção de maior proximidade; mas na realidade é apenas uma fórmula.
Tudo custa... Dizer "Adeus" custa só mais um bocadinho...
Já disse "Adeus" tantas vezes, que a palavra já se tornou minha amiga; as lágrimas já não caem, porque secaram; mas por dentro, o sentimento é sempre o mesmo: solidão, dor, tristeza, abandono, escuridão...
Aprendi a conviver com a palavra, mas não a viver com ela...
Acho que ninguém aprende!
Irónico, não é?! Como é que existem pessoas que pensam que dizer "Adeus" é a coisa mais fácil do mundo?!
domingo, 1 de março de 2009
E isto é que é complicado...
E isto é que é complicado...
Entre o sentir e o não sentir...
Tudo o que estava arrumado,
Num instante, deixa de existir.
Não percebo o que se passa,
Ou talvez não queira perceber!
A única coisa que sei,
Na realidade não quero saber.
Como perceber o engano,
Se no meio de desencontros,
Me desengano?
Talvez um dia me compreenda...
Talvez um dia me perceba...
Talvez um dia me encontre...
E assim ficamos todos...
Entre o ir e não vir,
Jogamos o mesmos jogos...
Até ao dia, qm que temos de partir!
Entre o sentir e o não sentir...
Tudo o que estava arrumado,
Num instante, deixa de existir.
Não percebo o que se passa,
Ou talvez não queira perceber!
A única coisa que sei,
Na realidade não quero saber.
Como perceber o engano,
Se no meio de desencontros,
Me desengano?
Talvez um dia me compreenda...
Talvez um dia me perceba...
Talvez um dia me encontre...
E assim ficamos todos...
Entre o ir e não vir,
Jogamos o mesmos jogos...
Até ao dia, qm que temos de partir!
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