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domingo, 1 de novembro de 2015

Ontem foi um dia em que, confesso, a vontade de sair de casa não era muita.

Diziam que ia chover, e a preguiça implorava que o corpo ficasse na cama. Mas já me tinha comprometido com umas amigas e apressei-me a despachar.
Até porque tinha metido na cabeça que desta vez iria levar uma sobremesa.

Estas amigas, conheci-as através de uma relação que terminou.
Ao contrário do que seria de esperar, foi possivel manter o contacto. Ninguém obrigou ninguém a escolher lados (até porque seria absolutamente rídiculo), e de tempos a tempos combinamos almoços que terminam em jantares.
Elas são aquele género de pessoas que dão tudo, desmedidamente, porque quando gostam de alguém, gostam a sério.
A única coisa com que nos ficamos a sentir mal, é o não ajudarmos a cozinhar e porque nunca nos deixam levar nada!! Também têm amigos assim, certo?!
Desta vez, impus-me!!

E apressei-me a ir a algum lado comprar alguma coisa. O cheesecake de frutos vermelhos parecia uma boa opção, já que bolos de chocolate se tornam deveras pesados. Uns docinhos do Algarve.. E pus-me a caminho. Finalmente não ia chegar de mãos a abanar e a barriga a roncar!

Depois do caminho do autocarro e a chegada à estação de comboios, fiquei deveras frustrada ao constatar que ao fim de semana, alguns horários de comboios são suprimidos, o que quer dizer que fiquei 40 minutos à espera do comboio, e elas à minha espera.

Apesar de tudo, não á melhor imagem que passar o rio, e estar bom tempo, e por isso é possivel antever os raios de sol a brincar na água e a cidade!

Melhor ainda, é passar a ponte, à noite, e ver a cidade e todas as luzinhas que deixam ver a vida que a cidade tem pela noite a dentro.

Fez-me tão bem estar com elas, sem complicações, sem ter de pensar no que falar, porque o assunto simplesmente surge, e principalmente, não me sentir constrangida por achar que não pertenço ali.

Elas não me fazem sentir isso. Estou-lhes eternamente agradecida por me permitirem partilhar da vida que criaram e por não julgarem e aceitarem o que sou e como sou.

A aceitação torna tudo tão mais fácil, não é verdade?!

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