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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Maria...

Todas as noites, alguém olha para o céu em busca de algo que não sabe o nome.
Olha para as estrelas e questiona-se, sobre o seu Futuro; e, talvez, no meio dessas indagações encontre algumas respostas ás atitudes que teve no seu Passado.

E foi assim que eu conheci a Maria, ao pé do rio, num banco de pedra.

Ela estava a olhar para o céu, e além da sua expressão pensativa, jorravam-lhe lágrimas pela face. Lágrimas essas que ela nem se esforçava por controlar.
Nunca lhe perguntei, o que se passava com ela, mas até hoje acredito piamente, que se encontrava a lavar a sua alma de todos os despojos do seu Passado.

A Maria era uma jovem que se considerava com uma beleza puramente normal, e possivelmente, por isso mesmo, é que não tinha noção da quantidade de cabeças que se viravam, apenas para a ver passar.
A realidade, é que a Maria tinha uma beleza exótica. Não era bonita, mas era extremamente atraente. Uma bela morena; de olhos castanhos enigmáticos, que pareciam prometer o universo; uns lábios carnudos, mas não excessivamente; de uma estatura mediana cheia de curvas. Vestia-se com gosto e elegância; e tinha uma presença profundamente marcante.

Apesar de todos os atributos físicos, Maria tinha um problema em encaixar-se na sociedade. Ela era extremamente tímida! E talvez, por isso mesmo, me intrigue tanto o acontecimento daquela noite de Verão, quando nos falámos pela primeira vez. Afinal, com o tempo que foi passando, fui conhecendo, cada vez melhor, a sua personalidade.

Descobri, que aquele lugar ao pé do rio, tinha um tremendo significado para ela, pois passara os melhores momentos da sua vida, a partilhar aquela vista e aquele céu, com alguém muito especial.
Alguém que tinha partido, e que ela ainda não tinha sido capaz de aceitar essa dura realidade.
Tivemos longas conversas, eu e a Maria.
Ela disse-me que sonhava em conhecer locais bonitos, em que se complementassem as paisagens pacíficas de prados verdejantes e de montanhas, com lagos, rios ou mar, de um azul cintilante. Disse-me que gostava de viajar pela Europa, para descobrir o que os nosso antepassados criaram, nas suas conquistas de novas terras. Disse-me que gostaria de ter mais noções de literatura, arquitectura, pintura, música... Tudo o que a fizesse sentir feliz, já que ela não se sentia assim há muito tempo.

Com a Maria, descobri que é possível viajar dentro da nossa cabeça, e visitar todos os sítios que queremos, sem demorar horas ou dias. Descobri que, toda a sua força de vontade residia na Fé que tinha no coração, e no facto de nunca questionar o que lhe acontecia de mau ou de bom.
Com ela, descobri que a amizade é algo que se cultiva, que é preciso cuidar, dar atenção, amor e carinho; para que ela não morra de um momento para o outro!
Com ela aprendi, que existem pessoas que passam na nossa vida, mas que não têm necessariamente de permanecer. São pessoas que passam na nossa vida, para nos transmitir algo, para nos falar das suas experiências, para nos mostrar coisas novas. Também aprendi, que as pessoas que permanecem nas nossas vidas, são importantes para nós, e que criam algum tipo de laço visceral, que não se corta, só porque sim.

A Maria, foi apenas uma pessoa que passou na minha vida. Ensinou-me o que tinha para me ensinar, e partiu, possivelmente para ensinar mais alguém ou vir a conhecer a tal pessoa com quem poderia criar um laço visceral.

De tempos a tempos, tenho notícias dela. Sei que está bem, sei que é uma pessoa mais sociável, com um bom trabalho, com uma família espectacular. E que, acima de tudo, está sempre com um sorriso fenomenal no rosto.

E foi essa a lição mais preciosa que a Maria me deu:

"Vais encontrar muitas pessoas no teu caminho; o caminho que vais ter de percorrer sozinha ou acompanhada, consoante a escolha que tu fizeres. Vão existir pessoas, com quem irás sentir uma empatia imediata, pessoas essas com quem vais criar laços tão fortes, que só a ideia de se chatearem te iria deixar doente. Também vais encontrar pessoas, que automaticamente, te vão deixar com o pé atrás, e que saberás imediatamente que não se preocupam nem contigo, nem com o teu bem estar.
Por isso te digo, aconteça o que te acontecer, façam-te o que fizerem, está sempre com um sorriso nos lábios.
O sorriso desarma qualquer tentativa de maltratar e de inferiorizar.
Como é óbvio, vão tentar pisar-te, sempre. Mas nunca deixes que te façam sentir inferior, imprestável e acima de tudo, burra! Não te rebaixes!
O sorriso, é a melhor arma que uma pessoa tem, para desarmar os inimigos!
Por isso lembra-te, nunca deixes de sorrir. Sorri á vida para que ela te sorria de volta!"

E foi assim, que a Maria passou na minha vida!

2 comentários:

  1. Digo-te muito sinceramente: AMEI!!!

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  2. FA,tu para mim és suspeito!:P

    São histórias, histórias do meu coração.
    Coisas que gostava de conseguir fazer e pôr em prática, e na realidade, não sou capaz.

    Fora isso... Esperava uma crítica!

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