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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Retorno

Será que tudo volta?
Será que voltam os sonhos, os sentimentos, os sentidos, as vontades...
Será que tudo volta?

Perco-me na ânsia de entender o que vai na minha cabeça e no meu coração, procuro buscar a verdade que se esconde por trás da razão do meu ser, e não encontro resposta.
Sinto necessidade de saber se o meu coração e a minha cabeça se encontram interligados, ou se sentem de forma independente.
Preciso ler, dentro de mim, se o que sinto é falta ou se é apenas alimento para o meu ego gigantesco, que se encontra farto.

O meu ego sente-se tão cheio, tão puramente satisfeito, que faz a minha cabeça ficar confusa e o meu coração indeciso.
Terei tomado a melhor decisão?
Será que realmente era isso que eu queria?
Passou um mês, e no entanto não parece uma eternidade, parece sim que foi um retorno às raízes. Um retorno ao nosso passado. Um retorno aos tempos gloriosos que passámos juntos.
Aos nossos passeios, almoços, jantares, a tudo o que fazíamos juntos.
Parecemos um casal feliz, mas um casal que não se beija, que não anda de mão dada, que não se toca...

E no fundo era o que queria?
Manter uma história estranha? Manter-te preso a mim? Querer-te comigo eternamente, sem te ter?
Sou tão terrivelmente egoísta, e ninguém quer ver!
No entanto... Penso em ti com outras mulheres, e não me incomoda. A realidade é que não te vejo com ninguém. Imagino-me única, grandiosa, rainha na tua vida e no teu coração.
Não será isto, mais que uma prova do meu egoísmo? Do meu egocentrismo?
Porque será que nada sinto?
Saberei tão certamente que és meu, e que faça o que eu fizer, voltarás sempre para mim, que nada me incomoda?
Tomar-te-ei por tão certo, que nem a hipótese de te interessares por alguém me assola aos pensamentos?
Porque ajo eu assim? Porque sinto que brinco contigo, como se eu fosse um gato e tu, o meu novelo de lã?!
Sinto-me odiosa, por não ter respostas para as tuas perguntas, nem para os teus sentimentos.
Quero-te guardar para sempre, é a única coisa que sei.
Será que acho, que este modo, é a única forma de não te perder?

Acabo por desejar um retorno às raízes. Quando ainda nada sentia por ti, e o meu mundo parecia desabar, por conta de outrem. E tu foste o amigo, o confidente que se tornou em companheiro, em amante, em vida, em ar... E que de um momento para o outro, sem nada que o justifique, voltei a transformar em amigo e confidente.
Porque o fiz?! Não sei a resposta...
Talvez apenas sentisse necessidade de estar livre e de me sentir viva, de sentir que controlava a minha vida.
Sinto-te a falta, e hoje quase que vacilei perante a pergunta tão directa que me fizeste, mas a realidade... É que preciso de me conhecer um pouco mais, para me poder dar a conhecer aos outros.
Quem sabe se no Futuro, não me sinta preparada para entregar a minha vida, o meu amor, a minha amizade, a minha dedicação, o meu carinho, o meu ombro... Todo o meu Eu, a ti, novamente!
Só o Futuro o dirá!

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